Resenha do livro: Didática da Matemática
Uma analise da influência francesa.
I e II capitulo.
O primeiro capitulo do livro aborda, alguns tópicos que serão desenvolvidos nos capítulos seguintes. Este capitulo apresenta uma breve definição de educação matemática e didática da matemática e a diferença entre elas. O autor define educação matemática como sendo:” uma grande área de pesquisa educacional(...) alem dessa definição ampla, a expressão educação matemática pode ser ainda no plano da pratica pedagógica”. Ao se comparar a historia milenar da matemática à sua consolidação como campo de pesquisa vê-se que esta estruturação é muito atual. Surgiram a partir de então varias tendencias teóricas, cada uma enfatizando certas temáticas educacionais do ensino da matemática.
No brasil , é observada a influencia de autores franceses principalmente na diferenciação entre educação matemática e didática da matemática, visto que esta ultima, na frança, é utilizada para representar os estudos educacionais em matemática. Dai o cuidado em esclarecer o sentido da nomenclatura em relação a educação brasileira.
Ainda nessa parte da obra, o autor rejeita uma célebre pergunta sobre “didática da matemática” e opta por uma definição contextualizada no brasil. Nesse conceito didática da matemática apresenta-se em dois níveis:experimental e de pesquisa. Essa concepção visa interpretar as situações de produção, registro e comunicação do fazer matemático. Assim , os conceitos existentes se direcionam a integrar teoria e pratica. A primeira é um conjunto de ideias , já a segunda é o fazer. Isso é notado nas relações professor, discente, saber e procedimentos pedagógicos. Tudo configurado com o rigor e formalismo próprio do pensamento matemático, que mergulhado na pratica educativa é confrontado com realidades fora do trabalho didático. Nesse prisma, surgiu outras discussões, dentre elas como aparecem os conceitos matemáticos aplicados na escolha de assuntos programáticos.
Luiz Carlos Pais defende uma fundamentação baseada em Gastão Bachalard para se conciliar as dimensões praticas e teórica da didática e apresenta a noção de racionalismo apicado. Encerra o oitavo paragrafo afirmando que no pensamento de Gastão a teoria deve ser experimentada. Na sequencia, Carlos caracteriza outro tópico visto em Gastão, a saber, os obstáculos epistemológicos. No outro seguimento, Carlos retoma a problemática sobre conceitos e aplicação didática. Para contextualizar , essa relação teoria e pratica Carlos aborda situação de formulação de aplicação didática numa sétima série.
Convém acrescentar a noção de contrato didático de Brousseau(1986) que estabelece normas a serem acatadas pelos professores e discentes. No âmbito da matemática esse conceito pode ser vivenciado no confronto entre ansiedades do professor em “solucionar” uma deficiência do discente,resultando na resolução da questão sem participação do discente.
Então ,a criação e mudanças de conceitos exigem rigor metodológico elaborado a partir de indagações que possam propor ações que tenham durabilidade.
Trajetórias do saber e a transposição didática, assim é apresentado o segundo capitulo do livro. Tendo como objetivo apresenta uma noção de tranposição didática, em um estudo de transformação dos conteúdos da educação matemática, apresenta uma das dimensões de transposição como “ o caminho evolutivo dos conceitos”.
Compreendendo transposição dos saberes como evolução de ideais podemos afirmar que tranposição didática é uma caso interessante de transposição dos saberes. Segundo o autor “no caso das ciências e da matemática, essa evolução ocorre sob um controle mais intenso dos respectivos paradigmas”. A noção de tranposição pode analisada no domínio mais especifico da aprendizagem para caracterizar o fluxo cognitivo relativo à evolução do conhecimento, restrita ao plano das elaborações subjetivas.
um conteúdo do conhecimento, tendo sido designado como saber a ensinar, sofre então um conjunto de transformações adaptativas que vão torná-lo apto a tomar lugar entre os objetivos de ensino. O trabalho que,de um objeto de saber a ensinar faz um objeto de ensino, é chamado de transposição didática.
(CHEVALLARD,1991).
Em seguida o autor vai fazer uma síntese sobre criações didáticas, afirmando que conjunto desta que evidencia a diferença entre o saber cientifico e o saber ensinado. É claro quando afirma que um bom exemplo de transposição didática é o conceito de distância( tratando assim de uma transposição didática stricto sensu). Dentre este e outros exemplos que ele apresenta, o movimento da matemática moderna se destaca como exemplo de tranposição didática lato sensu.
Saber cientifico e saber escolar é outro tópico deste capitulo. O primeiro trata-se de um saber criado nas universidades e nos institutos de pesquisa, mas que não está necessariamente vinculado ao ensino básico. Já o segundo representa o conjunto dos conteúdos previstos na estrutura curricular das varias disciplinas escolares valorizadas no contexto da historia da educação. Nesta oportunidade ele explica a principal diferença entre as duas tendencias:” enquanto o saber cientifico é apresentado através de artigos, livros e relatórios; o saber escolar é apresentado
através de livros didáticos, programas e de outros materiais.(...) finalmente , enquanto o saber cientifico é validado pelos paradigmas da área, o saber escolar está sob o controle de um conjunto de regras que condiciona as relações entre professor , aluno e saber.
Em outra oportunidade o autor vai descrever a “ vigilância didática”, sitando algumas perguntas como o que é o numero? E já encerrando o capitulo Carlos escreve sobre as dimensões do fenômeno didático e a contextualização do saber.
“A contextualização do saber é uma das mais importantes noções pedagógicas que deve ocupar lugar de maior destaque na analise da didática contemporânea. Trata-se de um conceito didático fundamental para a expansão do significado da educação escolar. O valor educacional de uma disciplina expande na medida em que o aluno compreende os vínculos do conteúdo estudado com o contexto com um contexto compreensível por ele”. O saber escolar serve, em particular, para modificar o estatuto dos saberes que o aluno já aprendeu nas situações do mundo da vida.
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